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Piloto brusquense fala sobre acidente aéreo que Boechat e piloto morreram

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Acidente aéreo ocorreu no início da tarde de segunda-feira, 12. (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

Marcelo da Silva, representante da região Sul do país da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), é morador de Brusque e piloto há 17 anos

No início da tarde de segunda-feira (11), o Brasil foi surpreendido por mais uma tragédia, desta vez aérea, que tirou a vida de duas pessoas. Uma delas, o piloto da aeronave, Ronaldo Quatruccie, e o jornalista, radialista, apresentador e palestrante Ricardo Boechat.

A queda ocorreu na rodovia Anhanguera, São Paulo, quando Boechat retornava de uma palestra em Campinas. O helicóptero caiu em cima de um caminhão no km 22 da rodovia Anhanguera, sentido interior, com o Rodoanel, e acabou explodindo. O motorista do caminhão conseguiu escapar com vida.

O assunto ganhou repercussão imediata, e segue gerando discussões em torno de que tipo de serviço o piloto fazia quando sofreu o acidente. Ouvido pelo Jornal da Diplomata, Marcelo da Silva, que é representante da região Sul do país da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), morador de Brusque e piloto há 17 anos, diz que o fator externo que pode ter causado a queda da aeronave precisa ser minuciosamente analisado para apontar as causas do acidente.

“O Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da aeronáutica e responsável pela apuração dos acidentes aeronáuticos do Brasil, já esteve ontem no local e fará a investigação para saber o que pode ter acontecido e que levou o helicóptero ao chão da forma que foi”, diz.

Uma informação interessante que o Marcelo repassou, é que nesta investigação do Cenipa participam o fabricante da aeronave, pilotos, engenheiros e os especialistas em segurança de voo do Cenipa. Somente o relatório de acidente aeronáutico irá apontar o que causou a queda.

Marcelo nos confirmou que, realmente, o helicóptero não tinha autorização para fazer táxi aéreo, porém, quem garante que a aeronave estava fazendo táxi aéreo? “Nem todo mundo que voa de helicóptero está pagando para voar, e se a pessoa não está pagando para voar, não caracteriza táxi aéreo”, ressalta.

O piloto da aeronave que conduzia Boechat tinha uma empresa de serviço aéreo especializado, e prestava serviços aéreos, como aerofotografia, filmagens e reportagens. Outra questão bastante questionada ontem, principalmente no meio aéreo, foi do porquê não tinham dois pilotos na aeronave. Marcelo responde esta questão, inclusive de uma forma bastante técnica. Acompanhe!

https://www.diplomatafm.com.br/wp-content/uploads/2019/02/79550.mp3

Marcelo da Silva é piloto em Brusque e representante da região Sul do país da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe)

Das doze aeronaves que operam em Brusque, a grande maioria é monomotor, conforme destaca Marcelo. “Ou seja, voa com um piloto só porque voa visual, pode voar de noite, com chuva, não há problema, desde que se tenha condições de teto e visibilidade”.

Outra questão apontada por Marcelo é que em São Paulo existe um limite de altura para voar, o piloto não pode voar muito alto em função dos aeroportos que existem lá, por isso os helicópteros voam mais baixo.

Quando ocorre uma pane na aeronave, ou algum outro problema, o piloto tem muito pouco tempo para escolher um local para fazer pouso de emergência. “É questão de cinco ou seis segundos para o helicóptero chegar no chão em uma situação de pane”, enfatiza Marcelo para o. Por isso é muito difícil dizer porque ele escolheu posar na rua, porque o tempo de resposta é muito curto”, explica.

O assunto foi destaque na edição desta terça-feira do Programa Da Hora.

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