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Mês de prevenção ao câncer colorretal: médicos alertam sobre importância de exames precoces

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O câncer colorretal é um tumor maligno da parede do intestino grosso e do reto. Esse tumor pode ser em formato plano, como se fosse uma “feridinha” de uma escoriação que é detectada em um exame, a colonoscopia ou uma lesão tipo um “verruga”, denominada pólipo. Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, 40 mil brasileiros morreram em 2019 por conta do câncer colorretal, sendo 50% homens e 50% mulheres. Com o objetivo de alertar as pessoas sobre a importância de evitar este tipo de câncer através da prevenção, foi desenvolvida a campanha Março Azul-Marinho.

Os cânceres colorretais podem ser classificados como esporádico, que envolve cerca de 90% dos casos e, geralmente, em pacientes acima de 50 anos que não tem historia familiar e grandes comorbidades. O tipo familiar, é quando alguém da família já foi diagnosticado com câncer abaixo de 50 anos. Neste caso, os demais membros da família devem ser notificados, para fazer um mapeamento desde cedo, ou seja, acima dos 35 anos. Em pessoas com mais de 40 anos, deve-se investigar já com colonoscopia. Há ainda o tipo hereditário, que é uma anormalidade genética hereditária específica, “Lynch – Polipose Adenomatosa Familiar” , que são muitas verruguinhas nos cólons.

Ainda conforme o médico, “essa é uma doença que gera um custo muito grande para o SUS, para os planos de saúde e para os pacientes particulares, causando um afastamento do trabalho, por um tempo indeterminado. Além disso, é um sofrimento dos pacientes, com o uso bolsas de colostomias, cirurgias, quimioterapias e radioterapias”.

TRATAMENTO

Existe tratamento para o câncer colorretal, mas é necessário verificar o estágio que está essa doença, se está localizada somente no cólon, se está em metástase, espalhou e todo o diagnóstico do paciente. Se for positivo para câncer colorretal, o tratamento é cirúrgico, mas se tiver algumas complicações, como gânglios como se fossem ínguas, próximo da lesão, pode ser indicada quimioterapia, ou radioterapia.

Uma das maneiras mais corretas dos médicos fazerem o diagnóstico é através do exame colonoscopia. Alguns pacientes tem receio em fazer este tipo de avaliação, mas de acordo com o médico coloproctologista, Paulo Coppini, vice-presidente da Sociedade Catarinense de Coloproctologia e também membro da Associação Brusquense de medicina – ABM, é fundamental a realização deste exame, pois a chance de detectar um câncer em fase inicial pode ser razoavelmente alta em pacientes que apresentam fatores de risco, principalmente, em idade mais avançada e, se diagnosticado precocemente, proporciona um alto índice de cura.

“A colonoscopia é um exame endoscópico do intestino grosso e que utiliza um equipamento semelhante àquele da endoscopia do estômago. É um exame usualmente realizado sob uma sedação profunda, de preferência em ambiente hospitalar. Dessa maneira é indolor, sem qualquer tipo de desconforto. Dura em média 20 minutos e não necessita internação. Para ser realizado, é necessária uma dieta mais restrita nos dois dias que precedem o exame, e também o uso de um laxante especial na véspera, para que o intestino fique limpo para uma adequada avaliação de sua mucosa. Com isso, é feita pesquisa pólipos intestinais benignos, que tem um potencial risco de transformação em câncer no médio prazo e podem ser retirados no mesmo momento do exame, assim prevenindo o câncer”, explica o médico coloproctologista.

PREVENÇÃO

O médico lembra ainda que, o recomendável é fazer o exame a partir dos 45 anos, caso não exista histórico familiar em primeiro ou segundo grau. Já em pessoas que tem casos de câncer de intestino na família, se recomenda iniciar o rastreio a partir dos 40 anos, ou 10 anos antes da idade do caso mais jovem e aquelas que têm histórico de outros tipos de câncer, que apresentam síndromes familiares de câncer, tem alguma doença inflamatória intestinal, como a Retocolite Ulcerativa ou a Doença de Crohn ou que já sofreram radioterapia pélvica, tem indicações próprias para a colonoscopia. Em casos de baixo risco, o exame pode ser realizado a cada 5 ou 10 anos e situações de risco médio com colonoscopia inicial normal, pode ser realizado a cada 5 anos. Já em casos de histórico pessoal ou familiar de câncer de intestino ou pólipos, ou doenças genéticas que predisponham ao câncer, o intervalo deve ser menor e individualizados caso a caso.

“A chance de cura do câncer colorretal quando diagnosticado na fase inicial é de até 90%. Quanto mais tardio o diagnóstico, menor é a chance de cura e maior a chance de precisar de tratamentos adjuvantes como quimioterapia e radioterapia. Por isso a importância do rastreamento com a colonoscopia”, alerta o doutor Coppini.

Os médicos ainda fazem um alerta para a necessidade de qualidade de vida para evitar este tipo de doença.  Entre as recomendações estão, manter o peso regular, exercícios físicos, controlar a dieta, evitar excesso de bebidas alcóolicas, parar com o tabagismo, ingerir mais frutas, verduras e legumes, evitar ao máximo defumados, embutidos e enlatados. Além disso, é importante prestar atenção aos sinais do corpo e se sempre se perguntar: qual o motivo das minhas fezes estarem alteradas? Porque estou perdendo peso? O que é essa “bolinha” ou essa massa na minha barriga? Se tiver dúvidas, procurar um serviço especializado, um médico.

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