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quinta-feira, março 28, 2024
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Manifesto do GRUPIA marca o Dia Internacional da Família

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Há 9 anos, sempre às 8h30 do dia 15 de maio, no plenário lotado da Câmara Municipal de Brusque, o Grupo de Proteção da Infância e Adolescência – GRUPIA realiza a sessão solene de abertura oficial da Semana da Família Ecumênica de Brusque, assinalando o Dia Internacional da Família.

Em 2020, a solenidade na Câmara, bem como todos os atos da X Semana da Família, que seria realizada em maio, de 9 a 23, foram suspensos face à pandemia do Covid 19.

De forma alternativa, o GRUPIA elaborou um manifesto, sob o tema “Transmitir a vida humana e cooperar na obra da Criação”, possibilitando a todos refletirem sobre a instituição família, que “mesmo sendo projeto de Deus para transmitir a vida humana e cooperar na obra da Criação, vem sendo posta à prova”.

O Manifesto destaca que “a família é o núcleo formador da sociedade, espaço de desenvolvimento humano e de construção da identidade das pessoas, de trocas afetivas, de atendimento das necessidades básicas vitais à existência humana – como biológicas, espirituais, psíquicas e sociais. E no decorrer da evolução histórica, a família permanece como matriz do processo civilizatório, como condição para a humanização e para a socialização das pessoas.”

O documento ressalta que “as transformações sociais e culturais, no tempo presente, promovem a ausência de afeto, a falta de amor ao próximo e o enfraquecimento da verdade na vida conjugal e familiar. É comum ouvir que a família já é uma instituição “superada”, pelo menos na sua forma natural e mais evidente, formada por um casal – homem e mulher -, e por filhos.”

Denuncia o Manifesto do GRUPIA que “grupos ideológicos militantes, com intenso apoio de grandes veículos de comunicação social, querem impor um “novo conceito de família”, separando casamento e família, ou casamento, família e procriação. Pretende-se negar a própria identidade da família. Será isso um avanço da sociedade? E provocam uma grande desorientação sobre os rumos da família.”

O Manifesto alerta que “a sexualidade masculina e a feminina são intencionadas pelo Criador. São inconfundíveis entre si; não se deve procurar reduzir uma à outra. Homem e mulher foram por Deus dotados da mesma dignidade e dos mesmos direitos. Doando-se um ao outro a fim de, juntos, se doarem a Deus, encontram a sua plena realização.

O manifesto foi revisado e aprovado, in totum, pelo Padre Alvino Milani – que concedeu seu nihil obstat e o Imprimatur, pelo pastor Edélcio Tetzer (pároco de Paróquia Bom Pastor da IECLB), pastor Marcos Fagundes (presidente do Conselho de Pastores de Brusque), Dr. Marcos Eugênio Welter (presidente da Diretoria Executiva da Associação Instituto Bom Pastor), magistrado Geomir Roland Paul, Sandro Ricardo Gracher Baran (presidente do Conselho de Administração da Associação Instituto Bom Samaritano), advogado Antônio Decker e pelo professor, doutor em Filosofia, José Francisco dos Santos.

Transmitir a vida humana e cooperar na obra da Criação

A família é o núcleo formador da sociedade, espaço de desenvolvimento humano e de construção da identidade das pessoas, de trocas afetivas, de atendimento das necessidades básicas vitais à existência humana – como biológicas, espirituais, psíquicas e sociais. E no decorrer da evolução histórica, a família permanece como matriz do processo civilizatório, como condição para a humanização e para a socialização das pessoas.

E não há plano “B”. Sem família caminhamos para a destruição. Reconhecer, valorizar e auxiliar a família a cumprir sua missão não é apenas nobre idealismo e sim uma necessidade vital para a sociedade e o poder público, pois sem família não há Sociedade, não há Estado. A Família, que constitui o projeto básico de Deus para a existência de toda a humanidade, deve ser defendida e valorizada.  

Como nos ensinou João Paulo II: “A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem, pela primeira vez, os valores que as guiarão durante toda a vida. Assim, o futuro da humanidade passa pela família. 

E o Grupo de Proteção da Infância e Adolescência – GRUPIA ao fomentar a realização da Semana da Família nos últimos nove anos, congregando a Igreja Católica, o Conselho de Pastores de Brusque, a Igreja Evangélica Luterana, organismos da Sociedade Civil e órgãos do Poder Público, quer reafirmar que a capacidade educadora da família é decisiva, pois é no seio da Família que as crianças adquirem valores como Amor, Ética, Compromisso, Respeito, Conhecimento, Atitude, Fé e Perseverança.

Para nossa tristeza, a pandemia do Covid 19 suspendeu a realização da X Semana Ecumênica da Família de Brusque, que seria neste mês de maio do ano da graça do Senhor de 2020, nos dias 9 a 23.

A instituição família, mesmo sendo projeto de Deus para transmitir a vida humana e cooperar na obra da Criação, vem sendo posta à prova. As transformações sociais e culturais, no tempo presente, promovem a ausência de afeto, a falta de amor ao próximo e o enfraquecimento da verdade na vida conjugal e familiar. É comum ouvir que a família já é uma instituição “superada”, pelo menos na sua forma natural e mais evidente, formada por um casal – homem e mulher -, e por filhos.

E grupos ideológicos militantes, com intenso apoio dos principais veículos de comunicação, querem impor um “novo conceito de família”, separando casamento e família, ou casamento, família e procriação. Pretende-se negar a própria identidade da família. Será isso um avanço da sociedade? E provocam uma grande desorientação sobre os rumos da família.

E infelizmente os projetos de leis da Câmara e do Senado e julgamentos do judiciário brasileiro ultimamente têm seguido alguns caminhos ditados por uma mentalidade global que procura desconstruir a família como sonhada no sábio projeto de Deus para a humanidade.

Nas revistas, novelas, filmes e livros, o amor dos esposos não é mais entendido como uma entrega da vida de um para o outro que, passando pelas crises do convívio, sempre perdoa, ressurge, renasce, renova, cresce e amadurece. O amor é entendido como busca da “minha” felicidade, isto é, como busca de si, tornando o amor entre os esposos superficial e frágil, e, com isso, não há capacidade de resistir às inevitáveis tempestades da vida. O amor esponsal cristão como “decisão de toda uma vida” tem como referencial o amor com que o Senhor nos amou. É um amor que exige busca e luta, sim, mas que dá profunda realização ao viver conjugal.

Diante dessas tentativas, convém refletirmos sobre a estrutura e finalidade da família. Ela é uma instituição natural, núcleo da sociedade dos homens e mulheres. É na família que o indivíduo é “gente” ou reconhecido como pessoa humana com o carinho que ele merece, ao passo que, fora de casa, o indivíduo muitas vezes é um mero número, impessoal e não raramente incômodo.

De acordo com a Lei Natural, a família tem seu fundamento na complementação física e psíquica que homem e mulher – e só eles – prestam um ao outro. Por isso, é uma instituição natural ou decorrente da própria natureza humana.

A sexualidade masculina e a feminina são intencionadas pelo Criador. São inconfundíveis entre si; não se deve procurar reduzir uma à outra. Homem e mulher foram por Deus dotados da mesma dignidade e dos mesmos direitos. Doando-se um ao outro a fim de, juntos, se doarem a Deus, encontram a sua plena realização.

O homem colabora para tanto com a sua racionalidade tendente à ação forte e, por vezes, fria, ao passo que a mulher oferece os dotes de sua intuição direta e profunda, muito sensível aos valores da vida e muito forte na sua paciência: para se realizar dentro do projeto de Deus, que não varia de acordo com os arbítrios, caprichos ou legisladores humanos.

Na educação dos filhos, há uma ideologia, de fundo socialista e evidentemente errônea, segundo a qual o Estado deve ter cada vez mais ingerência na vida da família, talvez, ocupando o lugar natural que sempre coube aos pais – “com amor paterno e materno” – na educação dos filhos. Chegam ao cúmulo de quererem impor marco legal na Educação que obrigue as escolas a ensinarem, desde as séries iniciais, que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem” e “mulher”, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada um representaria como e quando quisesse, independentemente do que a biologia determine como masculino e feminino.

Os pais têm a obrigação de formar seus filhos para os princípios essenciais da vida de fé e para os valores humanos.  Assim devem estar atentos a três importantes fatores educacionais: a educação sexual, os valores ensinados na escola convencional, pública ou particular, e a formação religiosa.  Nas escolas, caso se ensinem ideologias contrárias à fé cristã, cada família, juntamente com outras, deve, com todas as forças e com sabedoria, ajudar os jovens a não se afastarem da fé, além de promoverem as ações administrativas, civis e penais que couberem no caso concreto. 

No tempo de Jesus, quando desrespeitaram o matrimônio, Ele disse: “no princípio, quando Deus fez homem e mulher, não foi assim” (cf. 19,3-8). E os cristãos, no cumprimento de sua missão, continuam a indicar o rumo para o casamento e a família, contribuindo para uma sociedade sadia.

Bem sabemos que a família é o alicerce da sociedade. Se a família não vai bem, a sociedade também não irá bem. E o rumo que apresentamos não pode ser diferente daquele que Deus indicou, já “no princípio”, já na natureza humana, e que Cristo confirmou. A família não pode perder sua evidência vital.

E através da Semana da Família o GRUPIA propõe a todos refletirem sobre a família hoje, pois estamos sujeitos a uma pressão contrária constante, e não cristã, que, sem que o percebamos, transforma nosso pensar, e o transforma para pior.

Assim a família precisa ser devidamente reconhecida, cuidada e amparada. Uma sociedade que descuida da família, criada por Deus, descuida de suas próprias bases.

E o cristão nunca deve se esquecer, por mais que isso lhe custe perseguições, de que Deus criou homem e mulher e o homem deixará seu pai e sua mãe, se unirá à mulher e já não serão dois, mas uma só carne (Gn 1-3; Mc 10,11s; Lc 16,18 e 1 Cor 7,10; Ef 5,21-33).

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