O impacto da pandemia no esporte afetou a vida dos atletas em todo mundo. Antes mesmo do surgimento da Covid-19, profissionais que atuam na saúde mental passaram a ser incorporados nos ambientes esportivo, de modo que, os psicólogos fazem parte da gama de profissionais entre as comissões técnicas e no trabalho de coaching.
Dentro do contexto pandêmico, o psicólogo Gustavo Assi, consultor em psicologia do esporte, falou ao Jornal da Diplomata, para avaliar o quadro de desafios.
A pandemia afastou a normalidade das competições, principalmente pela falta do calor do público e se tornou um adversário incomum. Para Gustavo, mesmo com muitas incertezas, os atletas precisam manter o foco.
“Eu acho que no aspecto geral vão conseguir na frente as equipes e atletas que conseguiram se manter minimamente preparados fisicamente e tecnicamente durante este período de afastamento”, frisa.
“Já atletas de base ou equipes sem apoio financeiro eles vão sentir mais essa diferença e sem dúvida vai influenciar bastante no psicológico”, frisou.

Conforme Assi, se tratando da rotina dos atletas, de modalidades que ainda não tiveram o retorno das competições, há muitos desafios, que podem gerar um esgotamento físico-mental. Mesmo que eles sejam dotados de uma resiliência maior, é preciso reconhecer limites e buscar por ajuda.
“O atleta e a equipe técnica precisam saber lidar com essa demanda, pois os níveis de ansiedade antes das competições estão elevados – isso exige muitos cuidados e será por um bom tempo. É interessante que se busque por auxílios psicológicos para que possam retornar mais seguros”, destacou.
Sobre a influência da psicologia do esporte, Gustavo diz que o reconhecimento dos profissionais que atuam na saúde mental na vida de atletas e das equipes é fruto da necessidade que se percebeu
“Veio se estabelecendo ao longo dos anos e acabou sendo muito visada em nível internacional; e neste momento ainda mais necessária, para manejar melhor o ambiente para diminuir ou aumentar a frequência de comportamentos – ansiedade, stress, depressão, emoções – que estão influenciando os atletas”, explicou.

No âmbito geral do esporte, da criança ao idoso, Gustavo chamou atenção para o impacto mental mais prejudiciais nas mulheres, crianças e idosos – em detrimento das condições financeiras, em contraste com as categorias profissionais adultos de maior condição financeira e de estrutura física.
“Acho que a modalidade feminina vai sentir bastante este retorno, pois já não tinha muitos recursos e apoios – embora tenha mudado, mas não o ideal, como deveria ser, e deve trazer consequências negativas, com para crianças e idosos”, finalizou.
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