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quinta-feira, abril 18, 2024
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ACIBr, Sifitec e Sindivest se posicionam contrários ao antidumping de fios texturizados de poliéster

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Em março do ano passado, uma Circular emitida pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia, foi publicada no Diário Oficial da União e deu início a uma investigação sobre a possibilidade de dumping em importações de fios texturizados de poliéster. Agora, prestes a ser emitida a deliberação final da matéria, um grupo de empresários que integram a Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr) e os Sindicatos Patronais das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Vestuário (Sifitec e Sindivest), se organizam para barrar a medida, que pode comprometer 1,4 milhões de postos de trabalho e gerar a desindustrialização destes setores no Brasil.

“O dumping acontece quando produtos estrangeiros são inseridos no mercado com um preço abaixo da produção nacional, devido a incentivos de seus países de origem. Desta forma, o Governo Federal, através do Ministério da Economia, intervém na importação e aplica tributos, como forma de proteger a indústria nacional”, explica a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti.

Ela, no entanto, chama a atenção para a necessidade de se contextualizar e de compreender mais profundamente o que ocorre nos casos da importação dos fios texturizados de poliéster. “Temos apenas quatro indústrias nacionais, com cerca de 200 colaboradores, que não são capazes de atender nem 25% da demanda interna. Em contraponto, a indústria têxtil do Brasil opera com milhões de trabalhadores. O aumento de tributo, aliado à alta do dólar e da inflação, inevitavelmente levará o empresário a refletir sobre seus processos, gerando o risco do desemprego e de desindustrialização”, projeta Rita.

O vice-presidente do Sifitec, Taciano Peterman, também teme a tributação do insumo. “É preciso levar em consideração o impacto em toda a cadeia têxtil. Se, ao invés do fio, o empresário brasileiro julgar ser mais vantajoso importar o tecido pronto, já não será mais necessário o serviço de malharia e tinturaria. Além disso, fios mais caros, lá na ponta, representam roupas mais caras. As confecções locais já sofrem dificuldades de adequação de preços para atender ao consumidor, em meio à perda do poder aquisitivo”, afirma.

Os empresários ainda destacam que os fios texturizados de poliéster são comumente utilizados em peças do vestuário com menor custo agregado, como roupas esportivas e revestimentos de estofados. Desta forma, o aumento do preço deverá ser sentido por boa parte da população ativa, independente da classe social.

Maior importador do Estado

Com a movimentação de 50 contêineres por mês, a indústria Guabifios, com sede em Guabiruba (SC), é a maior importadora de fios texturizados de poliéster de Santa Catarina e a segunda neste ranking no Brasil. O sócio-diretor da empresa, Julio Schumacher, destaca que acompanha este trâmite desde o ano passado e que já esteve mais otimista em relação ao desfecho do processo, diante de um Governo Federal contrário à criação de novos tributos.

“Agora se trata de uma decisão política, enquanto a taxação prevista para ser aplicada no produto permanece como um grande ponto de interrogação. Muitas pesquisas apontam um aumento de até 40%. Estamos falando da base da cadeia têxtil, em um cenário de dólar e de frete alto, onde este acréscimo não faz nenhum sentido. Isso, infelizmente, vai despertar no empresário o interesse de comprar produtos prontos. Estamos diante de um sério risco de desindustrialização de áreas como a malharia, tecelagem e costura”, alerta o empresário.

Um detalhe importante apontado por Schumacher é o fato de que as quatro indústrias nacionais que produzem o fio texturizado de poliéster já possuem isenção de impostos para a importação de sua matéria-prima, o POY. “Se o objetivo é proteger a indústria brasileira, não faz sentido beneficiar apenas quatro empresas, em detrimento a milhares de indústrias e milhões de empregos gerados no país pela cadeia têxtil”, salienta.

Movimento político

Com o apoio da Federação das Indústrias Têxteis do Estado de Santa Catarina (FIESC) e de demais entidades vinculadas ao setor, os empresários já iniciaram uma movimentação política para barrar o antidumping. Ofícios estão sendo enviados aos Deputados Federais, Senadores e Ministros. Também não se descarta uma viagem até Brasília nas próximas semanas, nesta reta final da deliberação da matéria.

A próxima reunião do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), do Ministério da Economia, está prevista para o dia 17 de agosto e será presidida por Paulo Guedes.

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