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domingo, abril 28, 2024
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Contaminantes emergentes em águas e efluentes podem ser eliminados com a ajuda da tecnologia

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A campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) alusiva à Semana do Meio Ambiente alerta para a questão da poluição plástica. Sintonizado com a questão, Diogo Taranto, especialista em gestão e tecnologias ambientais, diretor de desenvolvimento de negócios do Grupo Opersan, salienta o risco da crescente contaminação de corpos hídricos por microplásticos, um dos vários contaminantes emergentes, cuja presença pode ser mitigada por meio de novas tecnologias e olhar atento de empresários e governantes

“Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), é preciso conscientizar a sociedade sobre a importância reduzir, monitorar e incentivar a fiscalização dos contaminantes emergentes, que são substâncias, geradas pelos processos produtivos industriais e contidos nos materiais e produtos domésticos, que por meio dos efluentes que geram, alcançam e contaminam o meio ambiente”, explica Diogo Taranto, especialista em gestão e tecnologias ambientais, e diretor de desenvolvimento de negócios no Grupo Opersan.

Embora os microplásticos estejam cada vez mais em evidência, como demonstra o alerta da ONU sobre poluição plástica, todos contaminantes emergentes devem ser vistos com preocupação para a população. PFA’s (substâncias químicas sintéticas), fármacos e drogas ilícitas são alguns exemplos que ilustram bem esse problema.

De acordo com Taranto, enquanto os microplásticos podem impactar os corpos hídricos, oceanos e solo, os PFAs, fármacos e drogas ilícitas podem comprometer decisivamente a saúde humana, a vitalidade, além de aumentarem a complexidade e duração de doenças. “Portanto, é preciso diminuir e criar no Brasil uma legislação de controle destes agentes nocivos cada vez mais presentes no meio ambiente, como temos exemplos nos EUA e União Europeia”, pontua.

Taranto observa que a aplicação de tecnologias avançadas de tratamento da água é crucial para diminuir a poluição por contaminantes emergentes e, consequentemente, pelos microplásticos. “Há tecnologias amplamente conhecidas, difundidas e já aplicadas no mundo inteiro. Dentre as que mais se destacam são as membranas de tratamento, que variam desde uma microfiltração até uma osmose reversa que separa até sais da água, incluindo todos os contaminantes emergentes solúveis, vírus e bactérias. Além destas, há outras tecnologias em rápida evolução, como os processos oxidativos avançados e eletro oxidação, que agem destruindo o componente ativo maléfico ao meio ambiente e à sociedade”, diz Taranto.

No caso específico dos PFAs, no entanto, é necessário também um olhar de longo prazo. “Os PFAs são conhecidos como substâncias eternas, por serem de difícil degradação e tratamento. Nestes casos, a solução é um planejamento mundial para banir a utilização destes compostos. Na União Europeia, por exemplo, a meta para o banimento é 2026”, ressalta o executivo.

Desafio às indústrias

Apesar das crescentes preocupações, são poucas as indústrias que buscam tratar água e efluentes para além do que requer a legislação ambiental. Por conta disso, Taranto, entende que um dos desafios é conscientizar esse setor sobre a importância de buscar soluções para a preservação integral dos recursos hídricos. Isso pode se dar por meio do estímulo à utilização de água de fontes alternativas, maior incentivo governamental e aplicação industrial do reúso. “É preciso ampliar a visibilidade do problema dos contaminantes emergentes”, destaca.

No caso específico dos microplásticos, Taranto sugere uma atenção especial ao impacto das microfibras sintéticas utilizadas na confecção de tecidos e peças de vestuário. “Por se tratar de um setor com elevado grau de competição interna e externa, como revelam a recente disputa com varejistas chineses, o setor têxtil é pressionado a controlar seus custos de produção para mantê-los cada vez mais baixos. Neste sentido, o empreendedor tende a se limitar a simplesmente atender a uma fraca e frágil legislação, sem considerar o caso mais crítico que é a informalidade e não tratamento dos efluentes antes do seu descarte”, explica.

Texto: Assessoria RV&A

Foto: Divulgação/Opersan

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