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Assembleias definem reajuste salarial dos metalúrgicos de Brusque e Guabiruba após duras negociações

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Após um processo de negociação intenso e desafiador, os trabalhadores metalúrgicos de Brusque e Guabiruba definiram, em assembleias realizadas neste sábado, 31 de maio, a proposta da Campanha Salarial 2025/2026. A decisão foi tomada após debates que refletiram a preocupação da categoria com o andamento das negociações e a preservação dos seus direitos.

As assembleias ocorreram em dois momentos: às 14h30 no Auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Brusque (SINTIMMMEB) e às 16h30 na sede recreativa do sindicato, em Guabiruba. Em ambas, os trabalhadores demonstraram engajamento e deixaram claro que a valorização da mão de obra e a manutenção das conquistas históricas são prioridades que não podem ser deixadas de lado.

Durante o processo, foram apresentadas propostas que geraram apreensão, especialmente em relação a algumas cláusulas sociais da Convenção Coletiva. Pontos como a possibilidade de restringir o auxílio medicamento para as esposas dos trabalhadores, alterações na dispensa do aviso prévio (hoje garantida em casos como novo emprego ou abertura de empresa) e mudanças no processo de negociação das permutas de dias de trabalho, foram motivo de preocupação por parte dos trabalhadores e do sindicato.

“O que estava em jogo não era apenas o reajuste salarial, mas sim a proteção de direitos que dão segurança aos trabalhadores metalúrgicos e suas famílias. E essa sempre será uma prioridade para nós”, destacou o presidente do Sintimmmeb, Eduardo de Souza.
Outro fator que trouxe tensão às negociações foi a inclusão, por parte do sindicato patronal, de um comunicado que previa a suspensão dos benefícios da Convenção Coletiva a partir de 1º de junho, caso não houvesse acordo. Uma medida que fugiu do entendimento tradicional entre as partes, onde historicamente as cláusulas eram mantidas até a conclusão das negociações.

“Chegamos a um momento delicado, em que era necessário tomar decisões firmes. Mas, com a força da mobilização, conseguimos construir um acordo que preserva nossos direitos”, reforçou Eduardo.

O que foi conquistado na mesa de negociação
Mesmo diante de um cenário desafiador, o Sintimmmeb garantiu avanços importantes para a categoria:
● Piso salarial de R$ 2.220,00 (11% de reajuste)
● Prêmio de assiduidade de R$ 360,00 (14,8% de aumento)
● Assistência social (plano de saúde) reajustada para R$ 233,76 (5,32%)
● Reajuste geral de 6,35% para salários acima do piso, com aumento real de 1,03%
● Manutenção integral de todas as cláusulas sociais e econômicas da Convenção Coletiva, incluindo auxílio medicamento, plano de saúde para os dependentes e dispensa do aviso prévio mediante comprovação de novo emprego.

“Sabemos que o reajuste poderia ser ainda maior, diante do crescimento da indústria. Mas, dentro do cenário colocado, conseguimos assegurar um ganho real e, principalmente, impedir qualquer retrocesso nos direitos da categoria”, afirmou o presidente do Sintimmmeb.

A voz da categoria
Durante as assembleias em Brusque e Guabiruba, os trabalhadores se manifestaram e deixaram evidente o desejo de serem reconhecidos pela contribuição que dão às empresas e à economia local.

“Vemos investimentos pesados em tecnologia, em máquinas, o que é importante. Mas é fundamental que também haja investimento nas pessoas que fazem tudo funcionar. A indústria cresceu, e nós, trabalhadores, também merecemos crescer junto”, pontuou um trabalhador.

Outro trabalhador destacou: “Valorizar quem está aqui, treinado e comprometido, é muito mais inteligente do que perder profissionais por falta de reconhecimento”.

Também houve quem trouxesse reflexões objetivas, mostrando que a diferença entre o que foi reivindicado e o que foi conquistado não representa um peso tão grande diante do faturamento das empresas.

Decisão soberana dos trabalhadores
Após amplo debate, a proposta foi colocada em votação nas duas assembleias. Houve manifestações favoráveis, contrárias e abstenções. Na soma geral, a maioria decidiu pela aprovação.

“O Sintimmmeb nunca se furtou da luta e nem foge da responsabilidade. Negociamos até o limite, preservamos cada cláusula da Convenção e garantimos aumento real. Mas também deixamos claro: toda decisão é soberana, é da categoria. E qualquer decisão, seja ela qual for, sempre terá uma reação do outro lado”, concluiu Eduardo.

O presidente também fez um alerta: “Não podemos nos mobilizar só no segundo tempo. A mobilização tem que ser desde o início, porque é só assim que a gente mantém e amplia a nossa força”.

Texto-fotos: Comunicar Jornalismo

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