Em junho de 2025, o valor da cesta básica em Brusque atingiu R$ 695,14, representando um aumento de 1,93% em relação ao mês anterior. Esse crescimento se alinha a um cenário nacional, onde seis das 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) registraram alta no valor da cesta básica, enquanto as demais 11 capitais apresentaram queda.
Variações Nacionais e Comparativo Anual
Entre maio e junho de 2025, as maiores elevações no valor da cesta básica foram observadas em Porto Alegre (1,5%), Florianópolis (1,04%) e Fortaleza (0,91%). As maiores diminuições, por sua vez, ocorreram em Aracaju (-3,84%), Belém (-2,39%) e Goiânia (-1,9%).
Na comparação anual, entre junho de 2024 e junho de 2025, quase todas as capitais registraram alta nos preços, com variações que oscilaram entre 1,73% em Salvador e 9,39% em Recife. Em Brusque, o aumento nesse período foi de 1,37%.
Impacto no Salário-Mínimo e Tempo de Trabalho
Em junho de 2025, o trabalhador de Brusque que recebe o salário-mínimo de R$ 1.518,00 (líquido de R$ 1.404,15, após desconto de 7,5% da Previdência Social) precisou comprometer 49,51% da sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto por um mês.
O tempo médio necessário para comprar os itens da cesta básica em Brusque também aumentou, passando de 98 horas e 51 minutos em maio de 2025 para 100 horas e 45 minutos em junho de 2025.
Produtos em Destaque na Cesta Básica de Brusque
Entre os itens da cesta básica, os que registraram aumento de preço foram: tomate (18,77%), café (2,20%), carne (1,43%), farinha de trigo (1,25%) e leite (0,65%).
Já os produtos que apresentaram queda de preço foram: feijão (-4,69%), açúcar (-3,60%), batata (-3,23%), arroz (-1,96%), banana (-1,91%), óleo (-1,15%), pão (-0,74%) e manteiga (-0,63%).
Salário Mínimo Necessário Estimado pelo DIEESE
Com base na cesta mais cara (São Paulo, em junho) e considerando a determinação constitucional de que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em junho de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.416,07, o equivalente a 4,89 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 7.528,56 (4,96 vezes o piso mínimo). Em junho de 2024, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.995,44 (4,95 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.412,00).
Análise Detalhada de Itens Selecionados
Batata: O preço do quilo da batata diminuiu em todas as cidades do Centro-Sul entre maio e junho de 2025, com quedas variando entre -12,62% (Belo Horizonte) e -0,51% (Porto Alegre). No acumulado de 12 meses (junho de 2024 a junho de 2025), a batata também ficou mais barata em todas as cidades, com percentuais entre -48,20% (Belo Horizonte) e -34,95% (Vitória). A maior oferta, devido à intensificação das colheitas, contribuiu para essa redução.
Arroz: O preço do arroz agulhinha caiu em todas as 17 cidades pesquisadas de maio para junho, com variações entre -9,52% (Belém) e -0,82% (Aracaju). No acumulado de 12 meses, o preço do arroz também diminuiu em todas as cidades, com taxas entre -31,88% (Vitória) e -9,42% (São Paulo). O aumento da área cultivada e a demanda interna e externa estáveis resultaram em excedente e queda nos preços.
Óleo de Soja: O preço do óleo de soja diminuiu em 13 das 17 cidades pesquisadas entre maio e junho de 2025, com as quedas mais expressivas em Natal (-3,24%) e Belém (-2,97%). Em Goiânia, o preço médio não se alterou, e três capitais registraram variações positivas: Curitiba (1,38%), João Pessoa (1,26%) e Brasília (0,53%). Em 12 meses, o preço do óleo aumentou em todas as 17 cidades, com elevações entre 18,17% (Natal) e 28,20% (Recife). A menor demanda interna, especialmente do setor de biodiesel, influenciou a redução dos preços no varejo.
Açúcar: O preço do açúcar diminuiu em 12 cidades entre maio e junho de 2025, ficou estável em Recife e aumentou em outras quatro capitais. As maiores reduções ocorreram em Brasília (-5,43%), Vitória (-3,61%), Goiânia (-3,27%) e Belém (-3,15%). A maior elevação foi em Campo Grande (1,75%). No acumulado de 12 meses, o preço do açúcar foi menor em 14 das 17 cidades, com destaque para Belém (-12,08%) e Natal (-11,42%). A maior oferta e a menor demanda resultaram na redução dos preços.
Leite Integral: O preço do leite integral diminuiu em 11 capitais entre maio e junho de 2025, com variações entre -2,31% (Brasília) e -0,65% (Curitiba). No Rio de Janeiro, o preço médio não variou, e houve aumento em cinco cidades, com destaque para Aracaju (2,11%). Em 12 meses, cinco capitais registraram alta (a maior em Recife, com 8,93%), e as outras 12 mostraram retração no preço médio, com variações entre -7,99% (Campo Grande) e -0,71% (São Paulo). A queda nos preços foi resultado do aumento da oferta de matéria-prima, do enfraquecimento da demanda e do crescimento das importações de lácteos.
Café em Pó: O preço do café em pó apresentou redução em nove das 17 capitais, com destaque para Curitiba (-3,94%), Aracaju (-3,82%) e Vitória (-3,53%). Em outras oito capitais, foram registrados aumentos, que variaram entre 0,04% (Belém) e 3,32% (Campo Grande). No acumulado de 12 meses, o preço do café aumentou em todas as cidades pesquisadas, com elevações entre 80,52% (Fortaleza) e 116,75% (Vitória). O avanço da colheita da safra brasileira 2025/26 começou a impactar a redução dos preços no varejo em algumas cidades.
Carne Bovina de Primeira: Mesmo com a restrição de oferta imposta pelos pecuaristas e o maior volume exportado, o preço da carne bovina de primeira foi menor em 10 cidades, com variações entre -2,83% (Belém) e -0,27% (Belo Horizonte). Altas foram registradas em sete cidades, com destaque para Porto Alegre (1,02%). Entre junho de 2024 e junho de 2025, o preço da carne foi maior em todas as cidades, com elevações entre 9,51% (Aracaju) e 29,33% (Fortaleza).
Tomate: O preço do tomate aumentou em 10 capitais entre maio e junho, com variações entre 0,29% (Rio de Janeiro) e 16,90% (Porto Alegre). Em outras sete cidades, o preço caiu, com destaque para Aracaju (-21,43%). Em 12 meses, apenas Vitória (34,58%) apresentou taxa positiva. Nas outras 16 capitais, houve diminuição do valor médio, com destaque para Aracaju (-25,29%), Salvador (-19,72%) e Rio de Janeiro (-14,48%). O aumento nas cotações resultou da reduzida disponibilidade do produto, ocasionada pelo frio, que retardou a maturação dos frutos devido às geadas.
