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segunda-feira, julho 21, 2025
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Etapa estadual de carabina apoiada e Torneio da Amizade reúnem tradição e reencontros em Brusque

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Evento teve a participação de mais de 120 atiradores de 10 clubes de Santa Catarina e também do Rio Grande do Sul

O Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque sediou neste sábado, 19 de julho, a 6ª etapa do Campeonato Catarinense de Carabina Apoiada. A competição reuniu mais de 120 atiradores de dez clubes de Santa Catarina, que disputaram ponto a ponto em uma das modalidades mais antigas da região.

Segundo o diretor de tiro de carabina apoiada do clube brusquense, Daniel Dandolini Imhof, o campeonato é realizado em dez etapas ao longo do ano e este formato teve início há mais de quatro décadas. “O tiro de carabina apoiada é o mais tradicional da região do Vale do Itajaí, Norte e Alto Vale de Santa Catarina. Em Brusque, a modalidade existe desde a fundação do clube, em 1866. Esse formato do campeonato iniciou nos anos 1980 e permanece da mesma forma até hoje. Antes, as competições eram realizadas durante as festas de tiro, mas sem somatório de pontos”, diz.

Na competição, cada atirador tem direito a 20 tiros válidos, com pontuação máxima de 200 pontos. Em caso de empate, a leitura fracionada do tiro feita por uma máquina (sistema decimal), é que define os vencedores.

Mais que competição: uma tradição de 56 anos de amizade

Além da etapa estadual, o evento também marcou a realização do 56º Torneio da Amizade, promovido entre o Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque e o Clube XV de Novembro, de Campo Bom (RS). O torneio iniciou em 1968 e, desde então, as delegações dos dois clubes se visitam anualmente: uma em Brusque, outra em Campo Bom.

“Esse intercâmbio surgiu porque quando o clube de Brusque fez seu centenário, convidou a equipe de Novo Hamburgo para participar. No ano seguinte, Campo Bom convidou Brusque para participar de uma competição de tiro lá. Depois, Brusque fez o convite para Campo Bom e nunca mais parou. São 57 anos de troca e amizade”, destaca Gilberto Wallauer, de 85 anos, que participou de quase todas as edições e ainda está em plena atividade. “Atiro há 57 anos. Só não participei do primeiro intercâmbio, depois vim em todos. É uma satisfação enorme retornar e visitar esses grandes amigos de Santa Catarina”.

Foi em uma das edições do Torneio da Amizade que o atual vice-presidente do Clube Caça e Tiro Araújo Brusque, Pedro Adolfo Ohlweiler, conheceu a esposa, Renate (in memoriam). “Eu sou de Campo Bom e vim para o torneio em 1974. Conheci aqui em Brusque minha esposa. Começamos a namorar, casamos aqui no clube e durante todos esses anos dividimos essa mesma paixão pelo tiro. Hoje, estou aqui participando como forma de homenageá-la, pois ela faleceu há 20 dias”, diz Pedro, emocionado.

Depois do casamento, o casal viveu durante dois anos em Campo Bom. Foi lá, inclusive, que Pedro ensinou Renate a atirar e ela logo demonstrou talento. Foi a primeira mulher a participar de competições de tiro em Campo Bom e, posteriormente, em Brusque.

“No começo ela foi rejeitada por ser mulher, mas como tinha bons resultados, logo foi chamada para integrar a equipe. Foi duas vezes campeã sul-brasileira de tiro. Nosso filho, Guilherme, também já venceu várias competições. Lá em casa, o que mais tem é medalha e troféu. O Caça e Tiro sempre foi nossa segunda casa”, destaca.

Tradição que une gerações e famílias

A carabina apoiada é, para muitas famílias, uma herança que atravessa gerações. Integrante da equipe do Caça e Tiro Araújo Brusque, Leandro Massayoshi Ogino Dias começou a atirar aos seis anos de idade, influenciado pelo pai, e faz questão de manter vivo esse legado. “Essa modalidade veio com os imigrantes. O clube era o ponto de encontro da comunidade, e o tiro era parte do lazer. Nós aqui estamos mantendo viva essa tradição centenária”.

De Blumenau, Ivete M. Haendchen também destaca o envolvimento familiar nas competições. “Meu filho começou e eu entrei para acompanhar. Hoje fazemos parte da equipe estadual. É um ambiente que acolhe, onde compete o filho, o pai, o neto. É uma forma de lazer e união”.

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