O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Brusque (Simmebr) sediou uma palestra com o tema “Governança em Família: da Fundação à Sucessão” na noite de terça-feira, 29 de julho, no teatro do Centro Empresarial. O evento, que contou com a presença do autor e palestrante Bruno Ferrari Salmeron, teve como objetivo discutir os desafios e as soluções para garantir a longevidade dos negócios familiares.
A Importância do Tema para a Região
O presidente do Simmebr, Alexandre Zen, explicou que a escolha do tema reflete o momento atual das indústrias de Brusque. “Brusque é uma cidade empreendedora, com empresas criadas pela primeira geração. Hoje, vivemos um cenário em que outras gerações estão assumindo postos de trabalho e de gestão, com muitas empresas já na terceira geração. Por isso, entendemos que o assunto da sucessão familiar é extremamente pertinente”, afirmou.
Zen ressaltou a complexidade do assunto, destacando que as gerações, mesmo que não tenham se escolhido para trabalhar juntas, precisam se unir para a continuidade dos negócios. Ele também enfatizou que, mesmo que os herdeiros não queiram atuar diretamente na empresa, eles têm o dever de manter o negócio ativo, inclusive por meio de uma gestão profissionalizada.
Para o empresário Ingo Fischer, fundador do Simmebr, o tema é essencial. “A continuidade de uma organização depende de uma boa sucessão. Uma palestra como essa é fundamental para abrir a mente dos empresários e mostrar caminhos para preparar sucessores com consciência e responsabilidade”, comentou.
Governança e Longevidade dos Negócios
Durante a apresentação, Bruno Ferrari Salmeron, que vem da terceira geração de uma empresa familiar, compartilhou suas experiências e conhecimentos. Ele destacou que a governança em família é um assunto relativamente novo no Brasil e que ganhou força especialmente após a pandemia, quando muitas famílias enfrentaram sucessões inesperadas.
Salmeron reforçou que a governança eficaz deve começar na família, e não na empresa. “É um trabalho dos mais desafiadores. Buscar longevidade exige estrutura, diálogo e preparação”, completou.
O palestrante também abordou o papel de profissionais não consanguíneos na gestão, uma tendência em empresas longevas. “É cada vez mais comum termos pessoas de fora da família na condução das empresas, e isso exige preparo de ambos os lados. Um estudo recente aponta que empresas que chegam à 10ª, 12ª, até 15ª geração compartilham uma característica: em algum momento, houve uma sucessão entre membros de dentro e de fora da família, com alternância saudável e estratégica”, explicou.
O evento também contou com a participação da consultora Zélia Breithaupt Janssen, integrante da quarta geração da família empresarial Breithaupt, que compartilhou a experiência de sua própria família sobre o tema.
