A coordenadora do programa bilíngue e dos intercâmbios do São Luiz, Mariane Werner Zen, e a estudante, Debora Minatti, falaram sobre as vivencias do programa intercultural.
Programa da Hora – Primeiro Bloco
Programa da Hora – Segundo Bloco
Entre os dias 22 de julho e 9 de agosto, o Colégio São Luiz recebeu, pela primeira vez, um grupo de 10 estudantes e dois professores do Istituto Leone Dehon, da cidade de Monza, na Itália. A visita fez parte do programa de intercâmbio entre os dois países iniciado em janeiro, quando estudantes da instituição brusquense passaram por uma experiência educacional e cultural na cidade italiana.
Durante o período em que estiveram em Brusque, os estudantes participaram de aulas regulares e atividades extracurriculares ao lado dos alunos do Colégio São Luiz, vivenciando o dia a dia da escola e se integrando à rotina das famílias anfitriãs. A programação também incluiu visitas às obras da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (dehonianos) nas cidades de Brusque, Corupá e Curitiba, o que reforçou o vínculo espiritual e institucional entre as duas escolas.
Para o diretor do Colégio São Luiz, padre Silvano João da Costa, o momento foi especial para toda a comunidade escolar. “Essa troca cultural é uma bênção e expressa um dos valores mais importantes para nosso fundador, Padre Dehon: o acolhimento. Espero que a hospitalidade do povo brusquense tenha marcado esses estudantes tanto quanto eles marcaram nossa escola”, afirma.

Vivência
Quem acompanhou de perto toda a programação e a integração dos visitantes foi a coordenadora do Programa Bilíngue e dos Intercâmbios do Colégio São Luiz, Mariane Werner Zen. “Eles chegaram no fim de julho, pegaram o final das férias, o que permitiu que se adaptassem às famílias. Assim que as aulas retornaram, participaram de diversas atividades, intercalando momentos em sala de aula e passeios culturais. São muito comunicativos, participativos e interessados, o que tornou a experiência ainda mais rica”, destaca.
Além da vivência na escola, os visitantes puderam explorar cidades com forte herança da imigração italiana, como Nova Trento e Botuverá, além de outros destinos turísticos e culturais, como Joinville, Jaraguá do Sul, Florianópolis, Balneário Camboriú e o parque Beto Carrero World. “Eles ficaram muito felizes em conhecer essas cidades e aprender sobre a cultura local. A troca cultural foi intensa e muito verdadeira”, completa Mariane.
Para o professor Giacomo Barzaghi, que acompanhou os alunos, a experiência foi transformadora. “Foi a primeira vez que viajei com estudantes para tão longe. Pude conhecê-los melhor fora da sala de aula, criar laços. Acreditava que a parte mais difícil seria a adaptação às famílias, mas todos se integraram com muita facilidade. A experiência entre os ‘irmãos’ foi muito rica e todos saem desse intercâmbio diferenciados e beneficiados”, diz.
Já o professor Jacopo Castelli destacou a oportunidade que teve de aprofundar as relações neste intercâmbio. “Estou muito grato pela experiência. Não foi a primeira internacional, mas a primeira fora da Europa. Vi que a experiência de intercâmbio de três semanas foi muito transformadora porque deu tempo de se relacionar mais com as pessoas e criar laços. Na Europa, mesmo indo de país em país, é tudo mais parecido, e conhecer o Brasil foi muito diferente”.
Ele ressaltou ainda o acolhimento que todos receberam em Brusque. “Amei o Brasil. As pessoas, a vibração, a vontade que as pessoas têm de se relacionar, todas se mostram interessadas em conhecer umas às outras. Fazem os estrangeiros se sentirem acolhidos. Também percebi o grande senso de pertencimento que os alunos e professores demonstram no Colégio São Luiz, o sentimento de comunidade é muito presente”.
A visão dos intercambistas
Durante a estadia em Brusque, os estudantes italianos demonstraram entusiasmo com a rotina da escola, as descobertas culturais e, principalmente, com o acolhimento das famílias brasileiras.
Chiara Laezza destacou a receptividade da família anfitriã e percebeu semelhanças entre os costumes brasileiros e italianos. “Fui muito bem recebida e não me senti nervosa, porque os alunos do São Luiz já estiveram na Itália no início do ano. O Brasil é diferente do que eu imaginava, mas a rotina é muito parecida com o meu dia a dia”.
Sofia D’Arena se encantou com a estrutura do Colégio São Luiz e com a vivência na Educação Infantil. Ela teve oportunidade de auxiliar os pequenos, já que na Itália faz um curso semelhante ao magistério. “Gostei muito da escola, que é maior do que a nossa na Itália, e adorei conhecer o trabalho com as crianças. O painel sensorial na educação infantil foi algo que me chamou muito a atenção”.
Emanuele Castoldi ficou impressionado com a natureza da região. “Gostei muito do Parque Malwee, em Jaraguá do Sul, e de Florianópolis. Foi especial conhecer o modo de vida das famílias brasileiras e perceber o quanto os alunos aqui são acolhedores”.
Matilde Longoni relatou que suas expectativas foram superadas. “Viver tudo isso foi ainda melhor do que imaginei, especialmente porque pude visitar o Rio de Janeiro. Amei a comida, principalmente a carne, e cozinhei parmegiana com a minha família anfitriã”.
Leonardo Teruzzi avaliou a experiência como marcante. “Foi minha primeira experiência fora da Itália. A família foi muito acolhedora, me senti muito bem! Gostei muito de experimentar o pão de queijo e participar da rotina da escola também foi muito legal”.
Alex Poli, que aprendeu português pelo aplicativo Duolingo, não teve problemas em se comunicar e destacou o calor humano dos brasileiros e a culinária. “Antes de vir, não queria criar expectativas, e gostei muito de tudo. As pessoas aqui são muito acolhedoras e a comida brasileira é uma das melhores que já comi”.
Francesca Gurrieri valorizou as experiências culturais e a estrutura escolar. “Gostei muito de Balneário Camboriú e Florianópolis, e achei a escola muito diferente e divertida. Atividades como o Dia D do Terceirão são incríveis, não temos isso lá na Itália”.
Sarai Calloni ressaltou os laços criados em Brusque. “Me diverti muito e fiz muitos amigos. O relacionamento entre as pessoas me surpreendeu, vou levar todas para sempre no coração. Minha família se esforçou muito para se comunicar comigo e isso me deixou feliz. A escola é muito grande, parece uma universidade. Achei bem legal porque tem alunos de várias idades. Com certeza, quero voltar”.
Sara Schiatti compartilhou que viveu momentos inesquecíveis no Brasil. “Mesmo sem criar expectativas, tudo foi muito melhor do que eu imaginava. Visitar cidades com traços da cultura italiana e estudar em salas com muitos alunos foi uma grande experiência”.
Sofia Saronni valorizou os reencontros com amigos brasileiros e a rotina escolar. “Foi ótimo rever meus amigos brasileiros. Estudar com 60 alunos em uma mesma sala e ver o professor usando microfone foi algo totalmente novo para mim. Adorei as aulas de História”.
Integração que vai além da sala de aula
Para o coordenador dos Anos Finais do Ensino Fundamental, Fabrício Bado, que acompanhou os alunos brasileiros à Itália em janeiro, o intercâmbio é uma concretização prática dos ideais de Padre Dehon, fundador da congregação à qual as duas instituições estão vinculadas. “O projeto é uma vivência completa, que forma cidadãos conscientes, solidários e abertos ao mundo. Ver nossos estudantes e famílias abraçando essa proposta com tanto entusiasmo é motivo de orgulho”.
Ele agradece às famílias que acolheram os estudantes italianos, aos professores e alunos que participaram ativamente da iniciativa e aos parceiros do Istituto Leone Dehon. “Experiências como essa vão além da aprendizagem: constroem pontes entre culturas, desenvolvem o espírito de comunidade e reforçam a missão educativa da escola”, finaliza.