O breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, gerou grande repercussão na imprensa internacional. A surpresa se deu pela mudança de postura de Trump, que, após meses de atrito e sanções contra o Brasil, elogiou o líder brasileiro e prometeu uma reunião na próxima semana.
Do atrito à cordialidade: a história do encontro
Pouco antes do encontro, Lula discursou na tribuna da ONU e criticou as “sanções arbitrárias” de Trump e a ingerência externa nos assuntos internos do Brasil. As declarações vieram em um momento de tensões diplomáticas elevadas, especialmente após os EUA imporem sanções a autoridades brasileiras, como a esposa do ministro Alexandre de Moraes, e revogarem vistos.

Apesar das farpas, a reunião entre os dois líderes, que durou cerca de 39 segundos, foi descrita por Trump como “cordial”. Ele afirmou que os dois se abraçaram e tiveram uma “excelente química”. “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim”, disse Trump, que enfatizou que “só faz negócios com pessoas que ele gosta”. A promessa de um encontro para a próxima semana visa discutir as tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros.
O que a imprensa internacional disse
A imprensa global destacou o inusitado da situação:
The New York Times: O jornal americano ressaltou que Trump “adotou um tom mais suave em relação ao Brasil” após o discurso de Lula, o que representa a primeira sinalização positiva do republicano desde a crise diplomática entre os dois países.
Bloomberg: A agência de notícias focada no mercado financeiro notou as “palavras calorosas” de Trump e sua esperança de que as duas nações “pudessem encontrar uma maneira de trabalhar juntas”.
Reuters: A agência de notícias informou sobre a “excelente química” e a promessa de reunião, pontuando que os dois líderes estiveram em desacordo por meses por conta do julgamento de Jair Bolsonaro.
Al Jazeera: A rede de TV do Oriente Médio relembrou o histórico de relações conturbadas entre os países e destacou a surpresa do anúncio de Trump sobre o encontro.
The Guardian: O jornal britânico focou nas “críticas indiretas” de Lula a Trump em seu discurso, mas também ressaltou a “surpresa” com a mudança de postura do presidente americano.
Apesar do otimismo de Trump, especialistas brasileiros em Relações Internacionais, como o comentarista Marcelo Lins e o professor Vitelio Brustolin, pedem cautela, lembrando que a postura do americano é “errática” e que nada garante que ele será “apaziguador” com Lula. No entanto, a confirmação do encontro por ambos os governos abre a possibilidade de diálogo para resolver as tensões diplomáticas e comerciais entre as duas nações.
