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terça-feira, julho 8, 2025
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Estudo aponta desafios na saúde mental de trabalhadores da construção civil de Brusque

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Ação ouviu quase 200 pessoas e foi desenvolvida por acadêmica de psicologia em parceria com sindicato do setor

Iniciativa colaborativa entre o meio acadêmico e o movimento sindical trabalhista está lançando um novo olhar sobre a saúde e o bem-estar dos trabalhadores da construção civil em Brusque e região. Um estudo pioneiro, conduzido nos primeiros meses de 2025 pela graduanda em Psicologia Anny Gabrielly Morais Senedezi, ouviu 182 profissionais do setor para mapear a qualidade de vida e, em particular, os desafios relacionados à saúde mental desses operários.

A pesquisa, realizada diretamente nos canteiros de obras com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e Região (SINTRICOMB), buscou coletar dados abrangentes sobre fatores que impactam a vida no trabalho e, por extensão, a saúde mental dos trabalhadores. 

“Fizemos essa aplicação das pesquisas nas obras mesmo com os trabalhadores. Fomos em algumas das obras aqui da região para fazer a pesquisa e fazer esse levantamento de dados”, detalha Anny Gabrielly.

Os resultados preliminares, já compilados em um relatório físico com análises detalhadas e estatísticas, revelam que, embora a construção civil seja predominantemente um setor de trabalho manual, os aspectos de saúde mental são cruciais e frequentemente negligenciados. 

“A gente vê que tem aspectos importantes relacionados à saúde mental que também são vistos e precisam ser olhados na categoria da construção civil”, reforça Senedezi.

 Resistência a trabalhar a saúde mental

dos achados mais significativos do estudo é a persistência da resistência em torno do tema saúde mental entre os trabalhadores. Anny Gabrielly observa que, em grande parte, “não” há preocupação sobre a importância do apoio psicológico. “De maneira geral, a gente viu que ainda tem um estigma muito grande relacionado à saúde mental na categoria”, explica a pesquisadora, evidenciando a necessidade de maior conscientização.

 Estudo vai nortear ações voltada aos trabalhadores

O presidente do SINTRICOMB, Izaias Otaviano, ressalta a importância da pesquisa como um marco para a categoria. Para ele, se traduz em uma ferramenta prática para o sindicato agir em benefício dos trabalhadores. 

“Essa pesquisa é muito importante para nós do sindicato, para a categoria, porque a gente não tinha esse tipo de dado. Foi muito importante porque não ficou só na pesquisa. Isso vai ter um resultado para a categoria. É isso que o sindicato busca”, pontua o presidente.

Otaviano destaca que, ciente dos desafios enfrentados pelos trabalhadores da construção civil – incluindo longas jornadas, pressões e, em muitos casos, o distanciamento da família –, o sindicato tem o papel de zelar pela saúde e qualidade de vida de seus associados. 

“Porque o trabalhador da construção civil hoje, ele trabalha às vezes 10, 12, 14 horas por dia. Não tem contato com a família e tudo isso gera um estresse. O sindicato tem que estar à frente disso, cuidando da saúde e da qualidade de vida do trabalhador”, conclui.

Em resposta aos resultados da pesquisa, o SINTRICOMB está desenvolvendo uma série de ações concretas para oferecer suporte psicológico aos profissionais. As propostas incluem serviços de acolhimento psicológico individualizado e a formação de grupos de apoio dentro da própria sede do sindicato, visando criar um ambiente seguro e acessível para que os trabalhadores possam buscar ajuda. 

“Tudo isso acabou gerando um documento físico e uma proposta de ação de como a gente pode, aqui dentro do sindicato, ofertar algum serviço para esses trabalhadores, seja fazendo acolhimento psicológico ou alguns grupos de apoio também aqui dentro do sindicato mesmo”, finaliza Anny Gabrielly Morais Senedezi.

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