Evento é considerado maior feira de ciência e tecnologia da América Latina
A participação do Colégio UNIFEBE na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) foi reconhecida com o primeiro lugar na categoria Ciências Ambientais. Para o evento, cuja cerimônia de premiação foi realizada em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, foi inscrito o projeto “Do isopor à casca de arroz: desenvolvimento de uma bandeja sustentável visando diminuir o impacto ambiental causado pelo poliestireno expandido”.
A produção teve os estudantes Vitor Hugo Telles, Julia Hilleshein do Amaral e Sophia de Souza Paza como autores. O projeto teve orientação dos professores Simone Sobiecziak e Amanda Goulart. Com 40 anos de história, a Mostratec, organizada pela Fundação Liberato, é considerada a maior feira de ciência e tecnologia da América Latina. Em 2025, contou com projetos de diferentes estados brasileiros, além de representantes de países como da China, da Dinamarca, da Ucrânia, do Paraguai, de Portugal e da Suíça.
Segundo o diretor do Colégio UNIFEBE, professor Leonardo Ristow, o reconhecimento em uma programação com o nível de qualidade e relevância de projetos participantes é fruto do trabalho coletivo e da dedicação dos jovens estudantes.
“Estamos muito orgulhosos com o resultado alcançado, devido à importância dessa programação. A Mostratec é a maior feira de ciências, tecnologia e inovação da América Latina, a segunda maior do mundo. Isso é fruto do empenho dos estudantes, da orientação dos professores e da relação entre o Colégio e a universidade”, descreve.
Dedicação coletiva
Para o diretor, a proximidade entre a educação básica e a graduação tem sido importante na preparação dos estudantes, assim como pesquisas que despertam a atenção nas programações. Ele exemplifica com a colaboração de professores e o uso de laboratórios de cursos de graduação como os de Engenharia Civil, Engenharia Química e Engenharia Mecânica no desenvolvimento e nos testes de protótipos, até o modelo apresentado na Mostra. A atividade contou com consultoria técnica dos professores Raquel Bonati Moraes Ibsch, Elias Riffel e Igor dos Santos Roik.
“Temos trabalhado a iniciação científica com a consultoria de professores da graduação e a utilização de laboratórios, o que torna os trabalhos produzidos mais precisos e qualificados em termos de teor científico. Isso reforça a ideia do nosso trabalho de iniciação científica na educação básica, mas só é possível com o engajamento dos alunos e a qualificação dos nossos professores em orientação”, descreve.
A presidente da mantenedora do Colégio UNIFEBE e reitora da UNIFEBE, professora Rosemari Glatz, também celebra o resultado conquistado pelos estudantes e reforça o trabalho mantido de desenvolvimento e produção científica mantido pela instituição, desde a educação básica até a pós-graduação. “Temos estudantes preocupados e atentos aos problemas locais, desenvolvendo soluções alinhadas às necessidades sociais. A premiação na Mostratec reconhece os estudantes, a equipe de professores e todos aqueles que colaboram para nível de qualidade que entregamos diariamente”.
Alternativa ao isopor
“Nosso trabalho surgiu da vontade de encontrar alternativas sustentáveis para substituir o isopor, um material de difícil degradação que causa sérios impactos ambientais”, descreve o estudante Vitor Hugo Telles. Segundo ele, a escolha da casca de arroz como um substituto biodegradável foi motivada pela grande disponibilidade desse resíduo agrícola, que mantém características semelhantes às do isopor.
Na avaliação do estudante, o projeto atende aos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, se mostrou viável, apresentando bons resultados. Para conseguir chegar a um protótipo viável, no entanto, foi necessário superar desafios para o desenvolvimento de uma composição que atendesse aos requisitos de custos e propriedades.
Entre o trabalho de pesquisa, testes, coleta de dados, análises e ajustes, foram quase nove meses, em um processo que Vitor Hugo considera intenso e enriquecedor. De acordo com o estudante, a participação foi uma oportunidade única.
“Só o fato de participar da feira já foi uma experiência imensurável, mas ver nosso esforço ser reconhecido nos motivou ainda mais a continuar pesquisando e buscando soluções sustentáveis para o futuro”, descreve. “Quando participamos de feiras como essa, temos uma grande imersão em diferentes culturas, conhecimentos e projetos. Com essa experiência, aprendemos não apenas sobre o conteúdo aplicado na pesquisa, mas também sobre trabalho em equipe, persistência e metodologia científica.”
Para a coordenadora do Ensino Médio do Colégio, professora Jéssica Leme Cano, a premiação reforça a importância da iniciação científica na educação básica como ferramenta de transformação. “A conquista na Mostratec é o reflexo de um trabalho que começa muito antes da feira. É resultado de uma cultura escolar que valoriza a curiosidade, a autonomia e o protagonismo dos nossos estudantes”, avalia. “Cada pesquisa representa um processo de descoberta, de aprofundamento e de amadurecimento intelectual e pessoal”.
Soluções de impacto
De acordo com a coordenadora de Projetos do Ensino Médio, professora Simone Sobiecziak, o envolvimento dos estudantes com a iniciativa reflete a proposta de estimular a participação dos estudantes desde o início das propostas. O ponto de partida, segundo ela, está em instigar os estudantes a pensarem em problemas locais reais e proporem soluções com impactos globais para eles.
“Isso promove uma visão mais ampla e uma compreensão das interconexões entre diferentes comunidades e culturas”, indica. “Eles se envolvem ativamente, e o engajamento é ampliado, pois são eles mesmos quem escolhe o tema do projeto. A partir do trabalho curricular de Iniciação Científica, que é desenvolvido anualmente, surgem muitos projetos brilhantes”, descreve a professora.
Ela também destacou o trabalho coletivo de diferentes professores e laboratoristas para a produção das pesquisas. Na avaliação dela, ao utilizar a casca de arroz como matéria-prima, o projeto premiado apresenta uma alternativa sustentável ao isopor. A importância do trabalho, conforme a professora, está na seleção entre os quase 800 projetos inscritos de 15 países diferentes.
“Termos conseguido credenciais e trabalhos aceitos nas maiores e mais significativas feiras científicas do país, e sempre buscamos aprender muito com cada experiência que temos. Ao assistir aos trabalhos de outras escolas do Brasil e do mundo, percebemos o alto nível e a qualidade das pesquisas. Então, quando recebemos a premiação ficamos muito honrados. Estar, pela primeira vez, na segunda maior feira do tipo no mundo e já conseguir um prêmio de primeiro lugar é uma conquista grandiosa. Só conseguir ter o trabalho aceito para ser apresentado na Mostratec já foi uma vitória, mas receber primeiro lugar na categoria atesta a qualidade do trabalho e a dedicação dos estudantes e professores no desenvolvimento de projetos de Iniciação Científica”, afirma.



