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Reunião no Rio Branco discute uso de cerol e linha chilena após criança ferida

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 moradores relatam invasões, ameaças e medo diário

Moradores do bairro Rio Branco, em Brusque, participaram de uma reunião na noite desta segunda-feira, 24 de novembro para cobrar ações contra o uso de cerol e linha chilena na região, prática proibida, mas que tem causado acidentes, invasões de propriedades e crescente sensação de insegurança. O encontro ocorreu no CEI Prefeito Hylário Zen e reuniu vereadores, lideranças comunitárias e o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Pedro Machado Jr.

A mobilização ganhou força após uma criança de 7 anos se ferir no rosto na última semana, atingida por uma linha com material cortante próximo à creche do bairro.

Moradores relatam violência, invasões e intimidações

Durante o encontro, moradores descreveram um cenário que vai além da brincadeira de soltar pipa. Segundo eles, adolescentes e adultos — muitos vindos de outros bairros — têm utilizado cerol e linha chilena para participar de “disputas”, colocando em risco pedestres, motoristas e famílias que vivem na região.

Entre os episódios relatados estão:

Invasões de residências e terrenos para recuperar pipas.

Ameaças a quem tenta impedir a entrada.

Danos ao patrimônio, incluindo telhados de casas e até da creche.

Medo diário, especialmente nos horários de maior movimento.

Leis sem regulamentação dificultam a fiscalização

Vereadores presentes explicaram que, apesar de leis estaduais e municipais proibirem o uso, a fabricação e a venda de cerol e linha chilena, nenhuma delas foi regulamentada. Sem essa etapa, não é possível aplicar multas, nem definir quem fiscaliza e como deve ocorrer a autuação.

As normas citadas incluem a Lei estadual nº 11.698/2001, reforçada pela Lei nº 17.304/2017, que proíbem o uso de materiais cortantes em linhas de pipa em todo o estado. No entanto, a falta de regulamentação trava a atuação administrativa da Polícia Militar.

O vereador Valdir Hilsemann, que acompanha o caso desde o acidente com a criança, ressaltou a gravidade da situação:

“Sabíamos que existia soltura de pipa com cerol, mas o que vem acontecendo, com ameaças, invasões, quebra de telhas, traz risco à vida. A menina ferida poderia ter sofrido algo muito pior. A lei existe, mas não foi regulamentada. Vamos cobrar isso da Assembleia e também a regulamentação da lei municipal para definir multa, fiscalização e punições claras.”

Hilsemann ainda adiantou que vereadores devem apresentar emendas para ampliar áreas proibidas, especialmente próximas a escolas, espaços públicos e redes elétricas.

Polícia Militar reforçará rondas, mas depende da regulamentação

O comandante do 18º BPM, tenente-coronel Pedro Machado Jr., afirmou que a Polícia Militar continuará atuando nos casos que envolvam risco, lesões ou crimes correlatos, como ameaça, dano ou invasão. Porém, reforçou que a aplicação de multas e punições administrativas depende da regulamentação das leis.

“Já temos uma lei estadual, mas falta regulamentação para fiscalizar com efetividade. No âmbito criminal, quem causar lesão ou morte responde pelo crime, e mesmo sem atingir alguém pode responder por perigo de dano. Vamos intensificar as rondas nos pontos críticos e trabalhar para aumentar a sensação de segurança.”

Pais da criança ferida pedem áreas exclusivas para soltar pipas

O pai da menina de 7 anos ferida na semana passada fez um apelo por mais responsabilidade e organização:

“A pipa estava dentro da creche. Minha filha estava de bicicleta e mesmo assim a linha cortou a armação dos óculos e o nariz dela. Se fosse um motociclista, poderia ter sido fatal. Não somos contra soltar pipa, mas precisa ser em lugar adequado e sem cerol. O que revolta é que adultos vêm de outros bairros, chegam de carro e moto para usar linha cortante.”

O presidente da Associação de Moradores do Rio Branco, Andrey Vinotti, reforçou que a comunidade exige regras claras e punições efetivas:

“Foi uma reunião muito produtiva. A população não quer pipas perto de creches e áreas de circulação. Que haja regulamentação, pontos específicos e responsabilização. Se for menor, os pais respondem; se for adulto, multa. Nosso bairro está cheio de casos de invasão por causa de pipa. A preocupação maior é com a vida, já tivemos duas crianças machucadas.”

Moradores relataram que além de pessoas que moram no bairro, outras pessoas de outras regiões, também veem para o local soltar pipa, com eles veem bebidas e drogas, e que se questionados eles ameaçam, com a certeza da impunidade.

Acompanhe as entrevistas repercutidas no Jornal da Diplomata desta terça-feira, 25 de novembro de 2025.

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