Moradores do bairro Vargem Grande, em Botuverá, relatam ao Jornal da Diplomata que chegaram a ficar mais de 36 horas sem energia elétrica em algumas localidades, situação que tem causado transtornos à comunidade, com prejuízos a residências, comércios e atividades básicas do dia a dia. Diante da demora no restabelecimento, a população pede atenção urgente da Celesc para a resolução do problema.
O caso ocorre em meio a um cenário mais amplo de instabilidade no fornecimento de energia elétrica em municípios do Vale Europeu. A Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve) emitiu um ofício cobrando providências imediatas das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e do governo do Estado, diante das interrupções recorrentes registradas nas últimas semanas.
Segundo a Amve, diversos municípios da região enfrentaram quedas prolongadas no fornecimento, algumas deixando bairros inteiros sem energia por até 48 horas, situação agravada por temporais registrados no período de final de ano. A situação voltou a se repetir na noite do último sábado, dia 27, quando novas interrupções foram registradas, com o serviço sendo restabelecido apenas após quase 12 horas.
O presidente da Amve e prefeito de Apiúna, Marcelo Doutel da Silva (PL), afirma que, apesar da gravidade do cenário, não houve retorno efetivo da Celesc. Ele destaca que, em alguns momentos, até mesmo os sistemas de abertura de protocolos apresentaram instabilidade, dificultando o registro formal das ocorrências.
No documento encaminhado à concessionária e ao governo estadual, a Amve reconhece os desafios impostos por eventos climáticos, mas cobra planejamento adequado, capacidade de resposta compatível com a realidade da região e comunicação institucional transparente por parte da Celesc.
A entidade alerta ainda que a falta prolongada de energia impacta diretamente serviços essenciais, como unidades de saúde, abastecimento de água, segurança pública, além de causar prejuízos significativos à indústria, comércio e turismo, ampliando os danos sociais e econômicos nos municípios afetados.
A Amve solicita esclarecimentos formais sobre as medidas adotadas, a apresentação de um plano de ação para evitar novas ocorrências e a revisão dos procedimentos administrativos e operacionais da regional responsável pelo atendimento.
Enquanto isso, moradores de Botuverá seguem aguardando o restabelecimento do serviço e reforçam o pedido de atenção imediata da concessionária para a comunidade do bairro Vargem Grande.
Resposta da CELESC
A Celesc informou que concluiu, até o horário do meio-dia desta segunda-feira, 29, houve o restabelecimento de todos os pontos que estavam sem energia elétrica na região. Segundo a concessionária, os chamados registrados após o meio-dia continuam sendo atendidos normalmente pelas equipes em campo.
De acordo com a Celesc, as principais causas das interrupções no fornecimento de energia neste período do ano estão relacionadas à grande quantidade de vegetação próxima à rede elétrica, especialmente cascas de eucalipto, que acabam sendo lançadas sobre os fios. As trovoadas frequentes no verão, acompanhadas de ventos fortes e chuva intensa, também provocam quedas e deslizamentos de árvores, causando danos à rede e interrupções no serviço.
A concessionária destacou ainda que Brusque concentrou o maior número de chamados, seguida por Guabiruba e Botuverá. Em relação a Botuverá, embora o número de ocorrências tenha sido menor em comparação aos municípios vizinhos, a geografia com grande extensão de áreas rurais dificulta o acesso das equipes às redes, o que pode impactar no tempo de atendimento e manutenção.
A Celesc reforça que segue com equipes mobilizadas, monitorando a situação e atuando de forma contínua para garantir a estabilidade do fornecimento de energia na região.


