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sábado, outubro 12, 2024
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Paróquia São Luís Gonzaga lamenta o falecimento de padre Flávio Morelli

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A Paróquia São Luís Gonzaga perdeu, na manhã desta quinta-feira, 7 de dezembro, seu mais doce jardineiro. Aos 94 anos, padre Flávio Morelli faleceu às 6h, no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul. Ex-vigário de Brusque, o religioso deixa muitos amigos nessa cidade, que sempre lembrarão de sua saudação carinhosa: como vai essa floricultura?
“Acolho a notícia do falecimento com o coração triste e, ao mesmo tempo, agradecido a Deus pela vida, vocação e missão do Pe. Flávio! Juntos vivemos momentos inesquecíveis, o último dele no hospital há quinze dias, quando nos despedimos e ele deu um sorriso tão cheio de paz e me abençoou”, afirma o pároco, padre Diomar Romaniv.

O velório do Padre Flávio Morelli será na igreja Matriz São Luís Gonzaga e o sepultamento no cemitério do bairro Dom Joaquim. Os horários serão informados logo mais.

Histórico

Em 7 de julho de 1929, em Botuverá, filho de Luiz Domingos Morelli e Theresa Winter, nasceu o menino Flávio, disposto a chamar a atenção e a transformar realidades que lhe seriam apresentadas mundo afora. Com um sorriso, um cumprimento e um abraço, o padre dehoniano se transformou em um mensageiro da paz, alguém extremamente querido e admirado por onde passou.
Padre Flávio ingressou no seminário de Corupá, em 1943. Cursou Filosofia em Brusque, Teologia em Taubaté (SP), sendo ordenado padre no local, em 29 de junho de 1957. Designado para o tirocínio em Formiga (MG), ele também serviu em Sant’Ana, Lavras (MG) e no Colégio Dehon, em Tubarão (SC). Padre Flávio ainda foi vigário em Candelária e em São Judas, ambas em São Paulo, tendo uma passagem decisiva por Brusque. No breve período em que desempenhou a função de pároco, determinou o fechamento do cemitério paroquial.

No início da década de 1970, padre Flávio passou a trabalhar no Orfanato São Judas Tadeu, mas voltou para Santa Catarina, onde assumiu a função de vigário, em São Martinho. Já em 1975 foi pároco de Guabiruba e, em 1977, pároco em Presidente Nereu.
A década de 1980 também esteve repleta de mudanças: Varginha, Santa Rita de Cássia, São José dos Campos (1987), Joinville (1891) e Armazém (1997). Em 1999, padre Flávio esteve em Brusque, junto à Casa Padre Dehon e, em 2000, no Noviciado, em Jaraguá do Sul.

O religioso ainda voltou para Joinville, Jaraguá do Sul, Curitiba, Florianópolis, Botuverá e Brusque. Em sua última missão, resistiu bravamente ao risco da Covid-19, mas acabou se acidentando na Casa Paroquial, em 2021. Em busca de cuidados especializados e mais atenção, ele viveu seus últimos anos no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul.

Protagonista de seu tempo

Padre Flávio Morelli assumiu seu protagonismo ao se tornar o primeiro vigário nascido na região a assumir a Paróquia São Luís Gonzaga, no fim da década de 1960. Ele chegou em Brusque em 1967, para auxiliar o pároco, padre Theodoro Becker, sendo seu sucessor. Pelos dois anos seguintes, deu continuidade ao trabalho pastoral, com ênfase na conscientização dos fiéis sobre a importância do dízimo, o que melhorou significativamente as contribuições recebidas.

No entanto, o principal legado atribuído ao padre Flávio, em benefício não apenas da comunidade católica, mas de toda cidade de Brusque, foi o decreto do fechamento do Cemitério Paroquial. Vale enfatizar que o pároco já vislumbrava que aquele espaço atrás da igreja Matriz era pequeno para comportar a vida, os eventos sociais e as necessidades da paróquia. Além disso, o novo templo, na época em fase de acabamentos, já tinha sua capacidade de público aumentada, o que não ocorreu, na mesma medida, com os espaços destinados ao estacionamento.

No início de 1972, padre Flávio foi transferido para o serviço no Orfanato São Judas Tadeu, no interior de São Paulo. Desde então, passou por muitas cidades: ao todo, foram 22 locais diferentes, durante toda a sua vida sacerdotal. Aposentado civilmente em 1985 e, eclesialmente, em 2003, aos 75 anos, ele continuou em missão.

O retorno para a paróquia São Luís Gonzaga ocorreu em 2011, como vigário. Padre Flávio permaneceu ativo, presidindo missas e sempre envolvido nas atividades até 2020, quando precisou diminuir o ritmo, em decorrência da pandemia da Covid-19. Em 2021, imunizado, foi retomando às atividades, até sofrer uma queda, na Casa Paroquial, em junho. Desde então, residia no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul, onde recebeu cuidados e assistência de uma equipe multidisciplinar.

Em entrevista concedida ao Jornal O Município, de 21 de julho de 2017, ao completar 60 anos de vida sacerdotal, padre Flávio afirmou que a missa é, também, um encontro social. Por isso, durante as celebrações, ele costumava incentivar o cumprimento entre os fiéis, com seus famosos e gentis bordões: “que bom que você veio” e “como vai essa floricultura?”. Na reportagem o religioso citou a “pedagogia do Pai”, ou seja, que é preciso salvar as pessoas por meio das pessoas. “Eu, Deus e o outro é a receita para ser feliz. Da mesma maneira que Jesus não nasceu, viveu e morreu de braços cruzados, as pessoas devem estar à disposição dos outros para estar perto de Deus. […] O sacerdócio enobreceu, enalteceu, sublimou e divinizou a minha vida”, expressou ao periódico.

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